terça-feira, 27 de janeiro de 2015

POESIA: Misturas Sentimentais, Bebidas e Algo Mais

Sobre mim expectativas, anseios e pressões,
Fazem com que o essencial seja comprimido.
Ao deleite de quem não enxerga o óbvio,
Cada vez mais apertado, dentro de mim estou.
Sinto pressionando de dentro para fora, causando dor,
Angustia, decepções, felicidade e amor.

Um turbilhão dentro da cabeça, ideias, nem boas nem ruins,
Que sob seu céu de imensidão e desejos egoístas,
Diluídas são, como o suco de laranja em um hi-fi.
Uma dose de absinto letargiando a explosão tão esperada,
Uma gota de vermute é o que basta em um coquetel de ideias confusas.
Tornar-se-a uma coqueteleira francesa, já sacudida, aberta a derramar doses profusas.

Uma vez derramada sobre a mesa, banquetas e assoalho,
Basta chorar o desperdício ou deleitar-se com as cores da mistura.
Não adianta lamber, pois seu sabor puro e verdadeiro já foi maculado,
Passe um pano sobre as superfícies, limpe o que puder,
Apenas não se assuste ao notar que a madeira já bebeu parte da mistura.
E se ninguém consumir o que a mente fizer, ao menos que no fim nos chegue a cura.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
28.01.15
01:38h

POESIA: Caindo Sobre as Cabeças

Ei, espere por mim,
Agora que aprendemos a voar juntos.
Segure firme em minha mão,
Entrelace seus dedos aos meus.
Não deixe que esta seja uma viagem em vão.

Olhe para cima,
Veja o que cai sobre nossas cabeças,
Estamos por um triz.
Contra tudo e contra todos.
Doí aos invejosos ver gente feliz.

Agora que voamos juntos,
Sinta como é intenso e revigorante.
Feche os olhos para poder sentir
E finalmente ver o que pode alegrar sua alma.
Relaxe enquanto o mal deita sobre a cama do faquir.

Deixe o silêncio tomar conta da dor,
Mas nunca se esqueça que a música traz analgesia.
Se for se drogar, que seja das melodias
Sejam elas seu melhor remédio,
Doses rigorosas de noite e ao nascer do dia.

Veja, olhe novamente para cima,
O céu mudou de cor,
Agora o azul mistura-se ao amarelo, vermelho e preto.
É para lembrar a todos que nada se mantém intacto,
Nem a coragem e tão pouco o medo.

Tudo está tranquilo agora,
A tempestade de maldições cessou.
Hoje, dos contratempos fomos algoz.
Mas um novo dia se levantará e certamente haverá uma nova batalha,
Afinal o inimigo ainda vive fora ou dentro de nós.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
27.01.15
23:47h