quinta-feira, 17 de novembro de 2016

POESIA: Confissão do Apegado.

Eu, com algumas coisas guardadas.
Desde muito, que não as olho com calma,
Ainda assim quando vejo, mesmo que de relance,
Me recordo por um instante, que delas devo me livrar.

Coisas antigas, velhas mesmo, que um dia já me serviram,
Hoje sou eu que as sirvo.
Por medo, conveniência ou comodismo,
As mantenho em bom lugar.

Vez ou outra me aparecem coisas novas,
Importantes e promissoras,
Que carecem de espírito juvenil e aventureiro,
Para saber aceitar e usar.

Mas reclamo que para tais novidades, falta espaço.
Me entristeço e cruzo os braços
E de queixo tremendo,
Faço força para não chorar.

E o tempo passa...
Com ele, vai-se a graça, da novidade abraçar.
Velho, resmungo. Crendo que no mundo, nada, é muito.
E muito, não cabe mais em nenhum lugar.

Por isso, sempre sonho e sonho,
Parado, com meu distante olhar.
Penso... Um dia terei isso ou aquilo,
Estarei ali ou lá.

De certo serão sempre sonhos,
Pois desperto, volto a resmungar,
Com meu espaço ocupado de coisa velha,
Sigo dispensando as novas que eu deveria aceitar.

Silvio A. C. Francisco
Ipeúna / SP
17.11.2016
10:32h.



RECOMENDO QUE LEIAM O TEXTO DA PSICÓLOGA: ADRIANA FEIJÓ, SOBRE O BENEFÍCIO DO DESAPEGO NA VIDA DAS PESSOAS - LINK ABAIXO:

http://www.personare.com.br/desapego-pode-sinalizar-equilibrio-emocional-m5205



- Photo by - Página: http://www.fasdapsicanalise.com.br/lei-do-desapego-aprenda-a-praticar-a-liberacao-emocional/ -

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

POESIA: Explanação Sobre a Saudade

Do que é feita a saudade?
Feita é, de lembranças boas,
Que podem ser um simples cheiro,
Ou mesmo até, do gosto da sua boca.

Saudade do que não se pode mais ter,
É barco, que boa parte do rio já transpassou,
Mas ainda deseja molhar o casco
Em águas que já o levou.

Já saudade do que se pode reviver,
É ansiedade difícil de acalmar.
Tal qual o sal na medida certa,
Deixando mais saboroso o prato a se saborear.

Silvio A. C. Francisco
Ipeúna / SP
14.11.2016
10:219h.