quinta-feira, 12 de maio de 2022

POEMA: QUANTO TENHO GUARDADO?

Quanto tenho guardado?
Juntei o suficiente:
De ilusão, sonhos e achismos.
Pra comprar o que acho decente.

No processo, fui tachado...
Demasiado desmerecido?
"Tem ele, mais do que deveria!"
Tenho eu, a soma do que me foi ocorrido.

Quanto tenho guardado?
Por quanto, tudo guardei?
Parece-me melhor ter juntado,
Mas por vezes, já desperdicei.

Dos bornais que enchi,
Com furos e remendos mal feitos.
Perdi os guardados expondo coragem,
Mas também defeitos.

Quanto tenho guardado?
O que tenho vale uma vida!
Guardei para certo dia,
Poder comprar uma briga.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
12.05.2022
14:38h


sexta-feira, 11 de março de 2022

POEMA: PASSOS E DESCOMPASSOS.

Uma coleção de dissabores,
Rodeada de momentos plenos.
Uma coletânea de amores,
Entrelaçados por sofrimentos pequenos.

Inúmeras contendas diárias,
Que somadas, parecem paredes.
Eu com uma picareta lendária,
Golpeando insistentemente.

Se houvesse um atalho,
Para o lugar diferente.
Se houvesse um mágico relicário,
Donde brotasse, caminhos reluzentes.

Um caminhar igual,
Andaria eu, passos após passos...
Para mim, valor desmedido, para outros...Banal.
Mas ambos, às vezes provando-se o descompasso.

Nos caminhos, encontra-se quem entoe canções.
Uns cantam e bradam versos de guerra,
Outros choram sobre a viola a perda das paixões,
Todos, muito embora, mal sabem onde o caminhar encerra.

Um juntado de caminhos,
Com obstáculos diferentes.
Uns são riscados por espinhos,
Outros tropeçam em pedras de pontas contundentes.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
11.03.2022
11:21h.