quinta-feira, 13 de junho de 2013

POESIA: PARA DENTRO DE SI

Para Dentro de Si:





Todos almejam subir ao monte, olhar de longe e contemplar o belo, viver o auge. Querem sentir os ventos, ver tremular sua bandeira hasteada, cravada no solo recém dominado, ver o inimigo de cima, tremer de emoção com os olhos lacrimejados. A juventude quer os louros, lauréis das lutas, desejam com vontade insana, emocionados, ávidos por uma vitória pura, a apetecida conquista pujante. Mas a juventude parece um cavalo despreparado, anabolizado, olhando-se para ela chegamos a sentir que sua força explode das entranhas, mas quando o tiro seco retumba aos ouvidos e as portinholas se abrem o que vemos é um puro sangue disparar como se fosse sua corrida mais importante e talvez seja mesmo, só que já nos primeiros metros fraqueja. Estremecer e murchar são os últimos fatos. O mais duro é que a derrota não os faz pensar, mas sim esbravejar, apontar culpados e buscar a desculpa que pareça mais convincente. Meras vítimas do imediatismo, não percebem que sucumbirão ao próprio ardor das chamas que acometem seus corpos quando desejam algo e só desejam. Sonhar é preciso, desejar é importante, mas transpirar, trabalhar e afligir-se com a estática é tão importante quanto. Sonho, almejo, me esforço, erro, choro, analiso, esfrio meu corpo, o frio da meticulosidade me domina, então planejo, elaboro e sou novamente tomado pelo calor, o tesão pelo resultado aflora por entre meus músculos, pulsante como deve ser. Eu faço... É doloroso tudo parece rasgar meu corpo, uma troca, às vezes quase injusta, muitas vezes o sonho cobra caro, mas eu pago e depois com o suor ou as lágrimas ou até mesmo ambos pingando o chão eu olho para dentro de mim, mais uma vez sinto ao meu redor o que é ser um vencedor. A sensação está por todo o lado, porque é exalada.







Silvio A C Francisco
Charqueada / SP
14/06/2013.
00:24h

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