terça-feira, 23 de junho de 2015

POESIA: A máquina e os Babacas

O estado, é uma máquina de massacrar.
Massacra a maioria pobre,
Destroça a maioria classe média e
Compele o seu povo, para gerar riquezas e mover as catracas.
Quem sustenta a máquina, como na idade média, são os povos babacas.

O estado é massacrante e moldou seus soldados,
Mas engana-se quem pensa que os soldados não são reprimidos.
Se não, de onde viria tanta ira e vontade de espremer seu próximo?
Covarde, ele não mira e puxa gatilhos,
Ao contrário, diz amar a todos e que luta pela melhor vida de seus filhos.

O estado é cínico, cospe no rosto do fraco e o convida a rir.
Como se essa fosse a única forma de tocar a vida.
Ele quer a massa separada, sem conhecimento de seu verdadeiro tamanho.
Por isso molda resultados e apresenta números também moldados.
O opressor prefere o ignorante conformado, do que o militante engajado.

Palmas para o estado, ele conseguiu e consegue o que quer.
Somos todos acomodados alienados, capazes de brigar por vinte e cinco centavos.
Por que somos os ignorantes inconformados, com síndrome de pedinte,
Preferimos aguardar e esperar que nos caia de mãos doadoras a lutar pela riqueza real.
Palmas para o estado, descarado, escancarado, nos prejudica e nos faz mal.

Ai de ti, cidadão de bem, que precisar de alguma ferramenta do estado.
Serás mal tratado, como se não fosse merecedor do que certamente necessita.
Lá, dentro da ferramenta estará um alienado, que não percebe, mas é usado.
Fica com cara de dúvida, brinca com você em hora inoportuna,
Pisando em seu orgulho, achando que por ter juntado migalhas é detentor de fortuna.

Se existir mesmo o inferno, deve estar cheio de estadista, pois o diabo é o próprio.
Dane-se com os termos, tanto faz se é comunista, capitalista, moralista, republicano...
Diferença nenhuma faz se é socialista, totalitário, ditador e/ou salafrário.
Vamos saldá-los, são hábeis políticos medíocres ou não, beneficiam-se do suor do povo.
Nações governadas por poucos, que comem o filé e para o restante talvez repasse o ovo.

Vai, nação feliz do caralho. Vai bater palma para o ladrão no palanque.
Ergam seus braços, desde sempre entoando músicas de campanha,
Como se em nossos pratos estivesse o que de fato merecemos,
Em nossos hospitais a atenção, a estrutura e os cuidados que deveríamos ter.
Nação feliz do pão e circo, como fizeram os romanos, outros continuam a fazer.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
23.06.2015
15:07h

segunda-feira, 22 de junho de 2015

POESIA: A cura!

E se a morte me acometesse?
Levasse-me ao desconhecido?
Nem que fosse a escuridão e o abandono,
Já que aqui, sinto apenas sono.

Se ela abraçasse derrubando-me...
Pudesse me mostrar que já findou o tempo,
Que já esgotou tudo e se acaba a jornada,
Indiferente seria, mas estaria a dor selada.

Se chegasse logo, trombando de encontro,
Avassaladora, rompendo o momento...
Que parece demasiado,
Desligaria o futuro e que se dane o passado.

Sem delongas, ótimo então...
Que venha logo. E por desejar isso,
Já peço perdão. Mas não arredo o pé da vontade.
Que venha logo a morte, abrir a porta desta grade.

Sempre me importei com a vontade de outros.
Agora egocêntrico, vou pensar em meu desejo.
Que seja atendido logo, no fim deste poema,
Ao terminar esta estrofe, que se dissolva o dilema.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
22.06.2015
14:10h.