sábado, 6 de abril de 2013

POESIA: A INTOLERÁVEL IGNORÂNCIA

Não adianta dizer para quem não nos ouve.
Mesmo assim dizemos.
Não adianta ensinar para quem nada quer aprender.
Mesmo assim ensinamos.
Outrora fomos jovens, ávidos pelo urgente conhecer.
Criticamos o conhecimento pobre do simples repreender.

Confesso, fui derrotado, derrogado, por ser demasiado entusiasmado
Fui corrompido, destruído, diminuído e amordaçado
Muitas vezes, tantas vezes, outras vezes, exilado
Inconformado, inconsistente e intransigente, um coitado.
Pelo Estado, oprimido, reprimido e confundido
Fui convencido, iludido e desmentido.

Restaram apenas, lembranças de um sonho.
Mas o tempo passou, e deixou a pujança delas.
Não é que temos memória curta. Temos memória seletiva.
Mas, a tolerância ao intolerável é aprender a suportar o insuportável?
Talvez, mas a indiferença inaceitável é paralisia perante o inefável:
A fome, a dor, a solidão, o abandono, enfim o desconforto do desconfortável.

Pode ser só um poema?
Pode ser só uma crítica?
Pode ser uma autocrítica?
Pode ser um?
Pode ser uma?
Pode ser...

Deve ser...
...E é...
Paciência demasiada?
Não!
Conhecemos por...
Comodismo, uma falta de vergonha desenfreada.


Silvio A C Francisco
Charqueada / SP
17/07/2010.
02:53 h

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