quinta-feira, 24 de julho de 2014

POESIA: Vendinha da Esquina

Que saudade das vendinhas,
Que de tudo um pouco tinha.
Atrás de um balcão de madeira
O suficiente para atender a vilinha.

Parecia padrão do lugar:
Havia homem às vezes sério no recinto,
Tantas outras concentrado
E outras vezes sorria o distinto.

- Me vê um pedaço daquele charque;
- Vejo já, antes aproveite a visita...
Compre um pouco deste mate,
sei que é do gosto da dona Benedita.

Neste papo de vendedor e freguês,
Desenrolava-se a venda do dia.
Partia feliz quem comprava,
Feliz ficava, quem vendia.

Para os que olham de fora,
Sintam-se à vontade para entrar.
Este era o lema do homem,
Que felicitava a todos com alegria no olhar.

Silvio A. C. Francisco
Ipeúna / SP
24.06.2014
06:50h

sexta-feira, 11 de julho de 2014

POESIA: DECLARAÇÃO PARA DANIELA

Um amor diferenciado,
Presente e persistente.
Sinto ele quando está ao meu lado,
Também o sinto quando estás ausente.

Bem verdade eu afirmo,
Amor delicioso igual a este eu desejo para todos.
Tão bom quando me abraça,
Quando carinhosamente toca em meu rosto.

Suave repousar, assim defino seu beijo em minha face,
Mergulhado em você, desta forma eu me encontro.
Um encanto, um delírio, um suspiro e um afago.
Leva toda a tensão quando me olha por cima do ombro.

Sinto a felicidade tomando conta do meu corpo,
Quando abre o sorriso, todo o velho se renova.
É revigorante seu abraço, ele me conforta de dentro para fora.
Tudo ganha novos ares, como noite de lua nova.

Então amor, eu não posso mais pedir-te nada,
Já me deste tudo que preciso,
Inclusive o fruto da união de nossa alma.
Obrigado por todos os dias, neste vasto paraíso.

Silvio A. C. Francisco
Ipeúna / SP
11.07.2014
12:58h

terça-feira, 8 de julho de 2014

POESIA: AUSTERO e FORMOSO

Volumoso e de correnteza furiosa,
Causa espanto aos que olham de sua margem.
Irriga as ciliares frondosas
Que enchem de beleza a paisagem.

Austero, arrasta o que nele cai.
Mas isso não impede que se estenda vara, isca e anzol,
Piedoso, concede alegria ao homem
Que levará peixes para casa, além da lembrança do inesquecível pôr do sol.

Adiante, após a curva estreita e profunda
Fica calmo e caudaloso, mas ainda preenche-nos a retina.
Apresenta nova margem de verdejante grama
Que convida para um repouso, repelindo a maçante rotina.

Sinto tanto quando secam-lhe as quedas d'água,
E no ápice da seca, você mais parece sangrar.
Já no jubilo das cheias, transbordando tuas margens,
Novamente mostras força, desta que me fazes admirar.

Silvio A. C. Francisco
Ipeúna / SP
08.07.2014
12:00h

Photo by: Silvio A. C. Francisco - Rio Piracicaba - 16.10.2015