sábado, 21 de novembro de 2015

Poesia: Tarde ou Cedo

Já é tarde... Penso!
Tarde para quê?

Para me alistar no exército, é tarde!
Para me achar sábio, é cedo!

Para ser um jogador profissional de futebol, é tarde.
Para dizer que já vi de tudo, é cedo.

Para querer outra mulher, é tarde!
Para crer que já sei amar em plenitude, é cedo.

Já é tarde e a madrugada ganhou da noite, faz tempo.
Quero ver alguém, então caminho até lá.

Ainda na porta do quarto, sinto o cheiro de madeira recém-trabalhada.
A cama nova, onde repousa meu presente, foi um presente.

Até para ele, que ainda vive o começo da vida,
Existe o tarde e o cedo.

Caso queiram saber, para ele, ser um bebê, é tarde!
Ser um homem feito, ainda é cedo!

Para ganhar um primeiro beijo de mãe, é tarde!
Receber o último beijo de despedida, está cedo!

Do primeiro suspiro, até o último há muito de tarde e cedo.
Ainda que tarde o sol, saiba que a noite não é a dona do tempo.

Mesmo para um piscar de olhos, corre o tempo.
O feito pode ser grande ou parecer pequeno...

Não devemos pensar que algum feito nosso não caiba ao seu momento,
Pois cabe a nós apenas o feito e a Deus, cuidar que ele encaixe no devido tempo.

Por isso algo velho é tão atual...
E muitas coisas novas são tão velhas como a lua ou o vento.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
22.11.2015
01:39h.

Photo by: Silvio A. C. Francisco

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