quarta-feira, 27 de abril de 2016

POESIA: O Valioso Saber

É valioso o saber,
Do quanto nossas ações interferem o próximo.
É valioso saber,
Que meditar sobre nossos atos pode nos dar poder.

Valioso saber,
Como é bom lhe ter.
Valioso é saber,
Mas se nada fizer com a sabedoria, melhor nem ter.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
27.04.2016
09:47h.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

POESIA: Da Porta

Olhando da porta, eu vejo o vai vem...
De gente apressada que até se inclina,
Para cumprir a rotina,
Que lhe convém.

Olhando da porta, aprecio o desfile...
De mulheres que insistem
Em mostrar o que tem.
Assim desafiam o viés, que tenta ser um limite.

Olhando da porta, inclino a cabeça...
Fico com a visão torta,
Para entender como gente que não se suporta,
Quando se encontra, se abraça e se beija.

Olhando da porta, vejo gente que se deseja,
Mesmo não podendo se ter.
Com os olhos de fome se comem se beijam,
Mas voltam cada qual para sua casa, onde insatisfeitos, praguejam.

Olhando da porta, mesmo quando nada me interessa,
Fico imaginando como seria,
Se de repente, alguém que muito me importa,
Entrasse sorrindo, me divertindo e me abraçasse sem pressa.

Olhando da porta fico, mas não o dia todo.
Tem momentos que me atenho
E sempre me convenço
De que o que tem lá fora é um ponto ínfimo de um todo.

Olhando da porta, Ainda que não seja de minha total compreensão,
Quase tudo que vejo me conforta,
O que ocorre da porta pra dentro ou pra fora,
Trata-se do mundo avançando sua rota, onde automáticos, seguimos buscando ascensão.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
14.04.2016
10:01h.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

POESIA: Agrade e Abrace

Agrade, pois separando um homem do outro há grades,
Que podem ser ultrapassadas por gestos singelos, tornando inteiro o que está pela metade.

Abraço, para unir, seus e do outro, os pedaços... Para isso há braços,
Que abertos são convites irresistíveis, prontos para dobrarem e entrelaçarem como laços.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
13.04.2016
10:31h.

terça-feira, 12 de abril de 2016

POESIA: Mais Olhar da Alma, Menos Olhar do Preconceito.

Ao passo que olhamos para o próximo,
Mais especificamente o desconhecido.
O que nos preenche os olhos?
A aparência, superfície e o que está vestindo?

Creio que é assim,
Nosso sentido visual, sempre forte e imediato.
Então o que somos e temos dentro de nós,
Formula tudo, fulminante, em um único ato.

O preconceito é isso.
Age com a ajuda do que aprendemos, ouvimos,
Age com a aspereza e a fortificada ideia,
De que nossa verdade é a do mundo e não a que construímos.

Há tanto por aprender sobre nós mesmos...
Tanto por aprender sobre quem somos.
Por que somos?
Tanto que não deveríamos criar conceitos prévios que dão nojo.

Vendo um homem na rua,
Barba por fazer, cabelo por cortar, banho para tomar...
Vejo mais do que isso... Como fui fútil por tempos.
Havia eu, somente agora, ser capaz da verdade enxergar?

O homem mencionado, tem muito mais por fazer.
Tanto, que primeiro há de se fazer por ele, muito.
Antes até que ele mesmo o faça.
Há de ser visto nele a alma, ainda que borrada, rompendo o infortúnio.

A mim o homem chamou,
Estendeu a mão que em gesto já pedia,
O que mais tarde sua boca cansada,
Em palavras imprecisas, pediria.

"Dá me algo,
Dá me de comer?
Então, da minh'alma darei te um poder.
Verás que se me der, irá receber."

Quem já doou ao próximo,
Não aquele que nos convém,
Ao contrário disso!
Quem já deu ao que nos causa repulsa e denota desdém.

Este que doou, assim como quem ganhou,
Ganhará também! É uma troca...
Praticar a caridade é ato, que se contínuo,
Trará aprendizagem, capaz de arrancar sua mente da toca.

Que eu evolua,
Que para meus olhos, todas as pessoas sejam dignas da minha caridade.
Seja assim, para que em tudo estabeleça-se o equilíbrio.
Assim seja, para que a bondade realmente supere a maldade.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
12.04.2016
11:20h.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

POESIA: Equilíbrio do Palhaço... Amarrado na Família Por Um Singelo Laço.

Carregou consigo uma nobreza atrelada a simplicidade,
Ainda que nem sempre a demonstrasse,
Todos reconheciam nele a presença do contraste.

Mesmo quando a tristeza, insistente companheira,
Ocupava seu espaço e papel, potente e derradeiro...
Divertia a si e aos outros com juvenis brincadeiras.

Tinha conhecimento de que já cabia em si um novo sentimento,
Num espaço a ser preenchido, tratou de colocar esperança solar.
Esta, desejou, logo daria lugar a algo bom, trazido pelo vento de algum lugar.

Brincou olhando no espelho,
Seu reflexo ostentava um sorriso bobo com sutil safadeza.
Lembrava da plateia que sorria de suas brincadeiras.

A pasta branca que cobria a pele envelhecida,
Escondia tudo aquilo que não deveria aparecer.
Era como se a velhice não conseguisse o envelhecer.

Depois, o entorno dos olhos ganhavam cores vivas.
A boca ganhava contorno vermelho, acentuando a alegria.
Uma peruca colorida escondendo a calvície dava-lhe harmonia.

Num dia qualquer de espetáculo,
Tudo aconteceu como o esperado
Despediu-se curvando e reverenciando a plateia, já aliviado.

Olhou para um garotinho que sorria e saltitava.
Era mais efusivo que os demais que ali estavam.
Como estava próximo, piscou para o menino... Era o que faltava.

Num súbito movimento o garoto pulou para dentro do picadeiro.
Abraçou o velho palhaço que retribuiu o carinho,
Carregando o menino todo faceiro.

Deixaram o picadeiro juntos, aplaudidos pela multidão,
Atrás, na coxia um homem de olhos lacrimejados os esperava.
Quando o palhaço o viu sentiu percorrer pelo o corpo um grande calafrio.

"- Pai este é seu neto!"
Disse o homem apontando para o menino inquieto.
O velho palhaço abraçou e carregou o menino esperto.

Não há mágoa que não possa ser dissolvida, transformando-se em esperança.
Não há dores que diluídas não possam ser superadas com confiança.
O palhaço já sabia disso, mas quem aprendeu sobre perdão, foi a pequena criança.

Um pai e um filho que há muito não se falavam,
Engoliram as diferenças e as rusgas que trocaram.
Um ser pequeno no tamanho, mas gigante na nobreza, extinguiu a tristeza.

No fim, o palhaço, pai e agora avô, estava certo
Sobre o espaço para o novo sentimento.
Havia um lugar em seu peito aguardando ser preenchido a qualquer momento.

Tudo em si estava repleto.
O velho palhaço sentia-se completo.
O espaço que tinhas para um novo sentimento, fora preenchido pelo amor de neto.

Além de tudo, o menino restaurou o equilíbrio familiar.
O elo rompido veio a se restaurar.
Hoje o palhaço faz sorrir, mas também permite se alegrar.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
11.04.2016.
09:51h.