sábado, 31 de outubro de 2015

POESIA: Ideia...

A ideia surge,
Diz alguns que vinda de lugar algum.
Não creio nisso, não mesmo.
A ideia não pode vir daqui ou dali,
Do desconhecido,
Soprada pelo vento...

A ideia aparece,
E vem de um conjunto...
Ela vem com e vem junto!
Vem bruta e sem filtro,
Aparece com seu esforço,
Ou simplesmente de súbito.

A ideia vem,
Às vezes tão forte,
Que te faz de refém.
Não bate na porta e nem pede licença.
Chega e pronto,
Nada a detém.

Dizem os poetas,
Que ideias são sopradas por querubins,
Outros ainda dizem assim:
- Ideias florescem,
Desabrocham em meio a tosseiras,
Preenchendo a mente, que é seu vasto jardim.

Se sua mente estiver em forma,
A ideia não faltará.
Que bom que é assim,
Pois o homem enquanto vivo,
Pode confiar,
Ideia, é coisa sem fim.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
31.10.2015
11:29h.

Foto by: Silvio A. C. Francisco - Charqueada / SP - 31.10.2015


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

POESIA: Poesia é assim... Fazer o quê?

Ninguém dá a mínima,
Poesia não é algo que se leia...
Assim, como um romance...
Apelativo cheio de clichês,
Mas a poesia por si mesma,
Não é um clichê?

Ora, que tanto quer um poeta,
Que seus versos sejam lidos,
Vistos e neles depositem o pensamento?
Que tanto quer o poeta?
Quer aparecer! Diria o outro, "mané".
Vai ver que é!

"Põe a melancia no pescoço, poeta!"
Não! Não é esta notoriedade que nos motiva.
Não é este o desejo que nos empurra.
Queremos ser reconhecidos pelo texto,
Descido sobre o leitor, levemente, como uma pluma.
Ainda que as palavras sejam pesadas e densas como a bruma.

Que mal têm?
Que mal tem, gastar seu tempo, minutos?
Estimular seus sentidos, por através de versos.
Falo sentidos, pois pode-se no poema,
Estimular sentidos, dos mais diversos.
Fazê-lo sentir o toque sútil, de algo severo.

Gastei aqui um tempo meu,
Que não voltará!
Gastei aqui versos que ficarão presos,
Ou talvez serão soprados das bocas pelo ar.
Não sei, pouco importa? Também não sei!
Saberei eu, daqui a pouco, por onde algum verso andará?

Não tem como, mesmo querendo, não poderei vigiar.
Meus versos, grandes ou pequenos,
Irão para onde algum leitor desejar.
Caso não havendo leitor, estático vai ficar.
Ao menos ele está registrado,
Não apenas em minha mente, mas também em outro lugar.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
29.10.2015
23:01h.


Piracicaba - 2015 - Entardecer. Foto By: Silvio A. C. Francisco

POESIA: Os Chinelos Barulhentos

Por voltas e voltas,
Em minha cabeça.
Por vezes pensando mais que se deve.
Por voltas e voltas,
Na vida da gente,
Perdendo ou ganhando,
O que nos acontece?

De teorias da vida,
Já ouvi muitas e muitas,
Tantas que às vezes nem soube qual seguir.
Há quem pregue,
Que deve-se amar o que faz,
Que amando assim
Sua vida, em sucesso vai seguir.

Há quem diga
Que deve-se fazer o que ama.
Que poderás não ficar rico, mas estará sempre completo.
Eu que não sou perito nessas coisas,
Arrisco tentando o que me condiz.
E o que está de acordo
Está sempre mudando, mantendo-se inquieto.

Calcei meu chinelo
E saí batendo ele por aí.
"Chilep, chilep", fazia o chinelo,
Enquanto eu caminhava olhando tudo,
Mas não vendo nada. "Chilep, chilep, chilep",
A cada passo batia em meu calcanhar, chinelo barulhento
Na panturrilha fazia vento.

Apertei os dedos no chinelo,
Queria que parasse seu barulho, "chilep, chilep".
De nada adiantou, ele continuava...
Seu som parecia que ainda aumentava.
Então parei. "Chilep, chilep".
Como assim? Estou parado.
Eis que me ultrapassaram passos apressados.

Foi-se embora uma moça,
Com chinelo barulhento,
Na panturrilha fazendo vento,
Olhando firme para frente e de sacola na mão.
"Chilep, chilep"...
Passos apressados, pisando forte e séria.
Parecia que tinha pressa, mas na mente mil ideias.

Para quê um chinelo barulhento?
Pergunto eu, para quê um chinelo barulhento?
A discrição é um presente do silêncio.
Melhor descalço,
Do que na panturrilha fazer vento.
Olhei para meus pés calçados
Pisando sobre chinelos barulhentos e gastos.

Segui a moça de chinelos,
Eu já estava descalço.
Mais a frente um menino brincava na calçada.
Parou o que fazia e olhou para trás.
Saiu correndo o pequeno rapaz.
De encontro à moça ele foi direto...
Abraçaram-se, ele sabia que ela chegara, por causa do barulho do chinelo.

Um calçado velho, chinelo mole,
Que bate no calcanhar
E para o resto da planta do pé, terra engole.
Pode-se viver em discrição, com tênis ou sapato.
Mas aí nunca haverá na calçada de sua casa ouvidos atentos,
Que deixarão o que fazem para dar-te abraço.
Vale a pena chinelo barulhento, para em troca ter o melhor dos momentos.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
29.10.2015
12:53h.



Foto by: Silvio A. C. Francisco - Pés do meu filho. - Charqueada / SP - 29.10.2015

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

POESIA: Concretizar Sonhos Requer Perdas.

É... Por muito tempo deixei coisas de lado,
Olhei primeiro para quem estava do meu lado,
Até para quem estava em pensamento ou presença...
Não que isso não me fizesse bem,
Mas chega um momento que outras coisas fazem a diferença.
Por isso aos poucos tentei largar velhos costumes,
Jogar fora o que não servia mais,
Para disso me tornar imune.

Eis que tudo em minha mente
Agora está diferente.
Ser feliz hoje, não é como antigamente.
Eu ainda preciso de coisas que sempre precisei,
Mas o jeito de usá-las é que insistentemente eu mudei!
Por isso às vezes me pego em silêncio,
E pareço estar de pensamento longe.
Isso tem acontecido muito, sei que não é de hoje.

E vamos lá, lutar contra um adversário poderoso,
Que acha conhecer os seus limites,
Por isso brinca com sua mente entra e sai sem convites.
Te faz lembrar de derrotas que nada tem a ver com o momento,
Mas fazer o que, se ele habita suas ideias, vontades e pensamento?
Continuar desafiando a si mesmo,
Ainda será o que vai garantir-lhe as melhores batalhas.
Afinal somos nossos maiores obstáculos, culpa da mente canalha.

Sentir a insegurança daquele que tem medo da sua falha,
Não é fácil, afinal também é por esses que você se arrisca na navalha.
Ainda assim, espere um tempinho, a mente vai se realocar,
Sinta-se pequeno, Amargurado e até derrotado...
Mas no fundo você também sabe que de verdade derrotado, não estás.
Ninguém vai soar o gongo nem jogar a toalha,
Ambos estão em suas mãos...
Só você poderá decretar de vez sua derrota, sua derradeira falha.

Vai levar tempo para chegar lá?
Aproveite, o tempo e o trajeto, que de belezas e aprendizados são repletos.
Vai virar deboche dos incrédulos?
Use a fraqueza da alma deles como seu combustível e mantenha o tanque repleto.
Vai perder companheiros na caminhada?
Que seja, há pesos que não podemos levar conosco em algumas jornadas.
Vai sair sorrindo e chegar chorando?
Temos mesmo de aprender em quais momentos abandonamos sorrisos para dar lugar a prantos.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
28.10.2015
14:18h


Imagem: By Toco Alves

sábado, 24 de outubro de 2015

POESIA: A Cama, Seja Qual e Que Cama For.

A cama pode ser de madeira,
De vara ou de lastras de couro...
O colchão pode ser de molas,
De palha ou Espuma. Pode não haver cama,
Pode existir juntas, mais de uma.
Talvez seja apenas um pano,
Acolchoado estendido sobre o chão,
Que pode ser de concreto,
Piso cerâmico, terra ou vermelhão.

Tem cama que te abraça quando deitas,
Afundando seu corpo em um côncavo.
Outras são rígidas como pedra...
Que o fazem sentir os ossos do corpo,
Seja do quadril, nuca ou costelas.
Faz lembrar que a vida é dura,
E carregada de paúra.
Porém cada dia que termina,
Deixa uma promessa.

Seja qual cama for,
Se confortável em quarto decorado,
Se alocada no relento,
Onde o vento entra sem ser convidado...
Se for grande a cama,
Onde cabe nela coisas do presente, futuro e passado,
Se for pequena e estreita,
Que se deita melhor estando de lado.
Pode ser sua ou de alguém emprestada.

Tudo pode para que sua cama exista,
Tudo pode para que nela,
Se dê o momento de findar um tempo.
De começar outro, que te fará novo.
Seja sono longo e muitas horas depois
Ou só um pequeno sono breve.
Pode ser no banco da praça,
No canto de um prédio ao lado de uma pilastra.
Pode até ser sóbrio ou inundado de cachaça.

Que nunca lhe falte cama...
Melhor ainda se nela estiver alguém.
A não ser que prefiras dormir só,
Pois ruim também não me parece.
Já que melhor vais aproveitar o espaço que a cama lhe oferece.
Se um cantinho qualquer for sua cama,
Indiferente de onde estejas repousado.
O importante é ao final da jornada,
Repousar tudo que carregou no dia, tranquilo e sossegado.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
24.10.2015
17:45h.



Foto by: Silvio A. C. Francisco - Meu filho dorme! - Charqueada / SP - 2015

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

POESIA: O Jasmim e Sua Parte na História.

Lá nos fundos do jardim
Há um arbusto de jasmim.
Sempre que o visito
Imploro que sorria para mim.

Seu odor é mais do que parecia,

Todos, seu cheiro, sentir mereciam.
Não poderia ser diferente,
Pois és aroma pilar da perfumaria.

Jasminum, em sua família muitos há.

Costumes delicados, incluíram-no a hora do chá.
Assim é feito na China,
Mas não sei se o costume se repete em outro lugar.

Lá nos fundos do jardim

Há um arbusto de jasmim.
Eu sempre lembro dele,
Adoraria saber que ele se lembra de mim.

De aroma adocicado, já perfumou amor anônimo.

Adornou o barco, que rumou até Marco Antônio.
Há quem diga que Cleópatra, do odor das flores, encheu as velas do navio,
E foi encontrar seu amor, assinando assim, sua nau usando o ortônimo.

Lá nos fundos do jardim

Há um arbusto de jasmim.
Exalando seu cheiro na noite,
Lembra-me que mais um dia chegou ao fim.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
21.10.2015
10:51h.




terça-feira, 20 de outubro de 2015

POESIA: A Beleza de Algumas Coisas

A beleza da simplicidade
Em nenhuma sofisticação cabe.
A beleza da verdade
Exige que se seja por inteiro,
Nunca pela metade.

A beleza da ingenuidade
Sempre se renova e corações invade.
A beleza de um impasse
É o que estimula o curioso
Matando ou inutilizando o covarde.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
20.10.2015
17:24h.





Fotos By: Silvio A. C. Francisco - Brotas - Hotel Fazenda Areia que Canta -
    Endereço: Rodovia Engenheiro Paulo Nilo Romano (SP-225),
    Km 124,5 - Zona Rural, Brotas - SP, 17380-000
    Telefone:(14) 3653-1382

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

POESIA: Ficus Elastica

Com as raízes se firma,
Vais crescer...
E raízes sendo importante,
Estará rodeada delas, compridas aéreas.
Quão bela é você!

Aqui, em terra fértil,
Que não é a natal de sua família,
Fincaste os teus muitos pés...
E sinalizaste que desta terra não é, mesmo a contento.
Rareando os frutos e o seu verdadeiro comprimento.

Ainda assim, não sois egoísta...
Alarga-se e monta sua grande copa.
Generosa nos concede sombra.
Este sim, um fruto já não raro...
Que todo mundo gosta.

Símbolo de contínua evolução.
Lança tuas raízes no ar,
Por tempo estas dançam ao vento,
Até que encontram o chão,
És sábia, envelhece, mas se fortalecendo.

Sei que noutro país,
Aquele jardim plantado à beira-mar,
Já foste apontada como sinal de falta de sorte,
Me pergunto como podem queridos portugueses...
Denotar a tão belo espécime a alcunha de azar?

Que nada, evidente... Se fostes de azar,
Não acolherias tantos homens em tua sombra.
Refrescando-se dos raios ardentes.
Eu mesmo, nela dormi e vi dormirem,
Acordando depois revigorados e contentes.

Saiba que é bom ter em sua volta...
Esteiras ao chão, espreguiçadeira ou colchão,
Redes que balancem ou não.
E aos que deitarem nestes lugares, felizes serão.
Basta olhar para sua copa e passar a amar ou cultivar uma nova paixão.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
19.10.2015
11:52h



Fotos By: Silvio A. C. Francisco - Brotas - Hotel Fazenda Areia que Canta - 
    Endereço: Rodovia Engenheiro Paulo Nilo Romano (SP-225),
    Km 124,5 - Zona Rural, Brotas - SP, 17380-000
    Telefone:(14) 3653-1382

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

POESIA: O Lago dos Biris

Deslizando pela superfície d'água,
Alongados e tranquilos.
Tantas vezes passei ao lado do lago,
Poucas vezes vi aquilo.

Olhando-os passeando
Um misto de vontade e medo
O lago que para nós é paisagem,
Para eles é brinquedo.

Mas nem somente disso serve o lago,
Ele provém alimento à biota,
Recorrem ávidos para um banquete.
Sem precisar de uma exuberante fatiota.

Que bom, querido lago, Está aí...
Não somente para sustentar águas em embalo
Mas provem de ti, o sustento da vida.
Tanto aos que buscam em ti comida, como suspiros apaixonados.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
14.10.2015
11:15h








Foto por: Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP - Lago dos Biris
- 2015 -

terça-feira, 13 de outubro de 2015

POESIA: Pra quem anda...

Quem anda descalço
Em asfalto quente,
Sabe das bolhas que vai ganhar.

Quem anda firme
E vive honestamente,
Conhece onde quer chegar.

Quem anda sozinho
Porque prefere
Entende quanto o outro lhe interfere.

Quem anda sem rumo
E não sabe onde deve ir,
Não pode muito esperar.

Quem anda
Pois parado não fica
Ainda que se canse, encontrará um lugar.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
13.10.2015
19:04h.
Foto por: Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP - Lago dos Biris
- 2015 -

domingo, 11 de outubro de 2015

POESIA: Soltura

Ocorre que a soltura foi o presente.
E saiu solto como algo que jaz latente,
Cheio de soltura em movimentos livres.
Nos olhos adornados de olheiras...
Via-se como a alma judiada estava contente.

Bateu o pó da barra das calças.
Estava descalço... Fazia pouco tempo.
É que antes em seu encalço estava o dono do medo...
O ser que empunhava nada, ainda assim, tudo se sustentava nele...
Quem mandava e desmandava, gritando, apontando e dizendo.

Lá sempre teve e terá hierarquia...
É relevante que assim seja para manter a ordem imprimida.
A ordem do caos, que uma chama mantém acesa.
Se uma voz alta entoar gritos de guerra,
Melhor que se mantenha audível e firme para evitar ser reprimida.

Mas tudo isso ficou para trás!
Não! A primeira impressão, não será a que fica.
Arranharam seus sonhos e sua mente.
As marcas serão mais que lembranças...
Elas serão avisos, comunicados, uma dica.

Bateu o pó da barra das calças.
Os chinelos foram perdidos em uma briga.
Olhando por sobre os ombros viu um mundo cinza...
Sentiu cheiro de mofo que ainda trazia lembranças doloridas.
Um lugar que guardava almas, carne, ossos e muitas intrigas.

Balançou a cabeça em negativa, rejeitando a própria história.
Mais a frente ele vai saber que ninguém tem esse poder.
A história é entalhada na mente.
Coitada da pessoa, indefesa e desavisada
Que gastar energia tentando esquecer.

Ainda que tenha batido o pó das calças,
Somente o que está na superfície vai soltar-se...
O que ele não entende, mais vai aprender
Parte do pó já foi inalado. Vai levar consigo até o fim, meu caro!
Sabendo ou não que melhor será se você for o que tiver de ser.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
11.10.2015
20:52h.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

POESIA: Só Para Quebrar a Rotina

Só para quebrar a rotina,
Encaixei os pés na terra e na grama.
Procurei encontrar uma piscina,
Mas achei uma poça de lama.

Nada sutil eu pensei...
Para um homem com mais de trinta.
Inclinei meu corpanzil para frente
E da lama fiz uma tinta.

Primeiro com o pé direito,
Só a planta dele foi se lambuzar,
Depois com o esquerdo,
Por inteiro o fiz mergulhar.

Sai andando na terra,
Acumulando uma crosta de sujeira,
Havia nela muita coisa,
Mas a mais importante era a brincadeira.

Voltamos a ser criança,
Sempre que nos permitimos
E realizamos desejos enganosamente banais
Que tanto reprimimos.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
09.10.2015
10:58h.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

POESIA: Lugar Divino.

Uma sombra fresquinha,
Centenas de árvores há.
Em um lugar que a rotina
Não consegue chegar.

O barulho da água correndo
Descendo pelo ribeirão.
E os pássaros cantando,
Cada um a sua canção.

É sempre bom ver crianças,
Brincando e correndo na grama.
Aos olhos atentos se divertem...
E deixa feliz quem os ama.

Passar a tarde inteirinha,
Regada de comidinhas e mais,
Sentindo a brisa mansinha
Que traz consigo a paz.

Eu falo de um lugar específico,
Mas sei que você está...
Aí pensando em seu sítio
Ou algum outro lugar.

O importante é lembrar,
Que você tem seu recanto
Onde faz brotar amor do peito,
Deixando a ti um encanto.

Espero que se empolgue
E vá buscar o desejo
De estar no seu paraíso
Aproveitando o ensejo.

Assim que lá estiver,
Não esqueça de agradecer
A quem você acredita,
Que seu obrigado vá merecer.

E se houver uma rede,
Que possa te embalar,
Não pense mais do que duas vezes
Para seu corpo deitar.

Caso a rede não tenha,
Estenda um grande lençol
Na sombra que melhor te apeteça,
E te proteja do sol.

Escolha um bom livro ou música,
Que capaz, seja de te encantar.
E depois que aproveitar um pouco,
Os olhos poderá fechar.

Se for possível pegar no sono,
Deixe ele lhe tomar
Como toma as areias,
A salgada água do mar.

Quando despertar do repouso,
Aproveite para fazer
Uma pequena caminhada
Que a mente vai se restabelecer.

Eis que um lanche é o ideal,
Então faça sua refeição,
Apreciando a natureza.
Preparando seu coração.

Pois chega a hora da partida.
E o jardim dos prazeres deixar.
Recolha todo seu lixo,
Mantenha lindo o lugar.

Agora reúna a todos,
Conferindo se está tudo bem.
E finalmente se despeça
Do lugar que te fez tão bem.

E para não ficar tão triste,
Lembre-se que você
Está indo embora agora,
Mas o paraíso continuará pronto para lhe receber.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
06.10.2015
12:38h.