quinta-feira, 29 de outubro de 2015

POESIA: Poesia é assim... Fazer o quê?

Ninguém dá a mínima,
Poesia não é algo que se leia...
Assim, como um romance...
Apelativo cheio de clichês,
Mas a poesia por si mesma,
Não é um clichê?

Ora, que tanto quer um poeta,
Que seus versos sejam lidos,
Vistos e neles depositem o pensamento?
Que tanto quer o poeta?
Quer aparecer! Diria o outro, "mané".
Vai ver que é!

"Põe a melancia no pescoço, poeta!"
Não! Não é esta notoriedade que nos motiva.
Não é este o desejo que nos empurra.
Queremos ser reconhecidos pelo texto,
Descido sobre o leitor, levemente, como uma pluma.
Ainda que as palavras sejam pesadas e densas como a bruma.

Que mal têm?
Que mal tem, gastar seu tempo, minutos?
Estimular seus sentidos, por através de versos.
Falo sentidos, pois pode-se no poema,
Estimular sentidos, dos mais diversos.
Fazê-lo sentir o toque sútil, de algo severo.

Gastei aqui um tempo meu,
Que não voltará!
Gastei aqui versos que ficarão presos,
Ou talvez serão soprados das bocas pelo ar.
Não sei, pouco importa? Também não sei!
Saberei eu, daqui a pouco, por onde algum verso andará?

Não tem como, mesmo querendo, não poderei vigiar.
Meus versos, grandes ou pequenos,
Irão para onde algum leitor desejar.
Caso não havendo leitor, estático vai ficar.
Ao menos ele está registrado,
Não apenas em minha mente, mas também em outro lugar.

Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
29.10.2015
23:01h.


Piracicaba - 2015 - Entardecer. Foto By: Silvio A. C. Francisco

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