Ocorre que a soltura foi o presente.
E saiu solto como algo que jaz latente,
Cheio de soltura em movimentos livres.
Nos olhos adornados de olheiras...
Via-se como a alma judiada estava contente.
Bateu o pó da barra das calças.
Estava descalço... Fazia pouco tempo.
É que antes em seu encalço estava o dono do medo...
O ser que empunhava nada, ainda assim, tudo se sustentava nele...
Quem mandava e desmandava, gritando, apontando e dizendo.
Lá sempre teve e terá hierarquia...
É relevante que assim seja para manter a ordem imprimida.
A ordem do caos, que uma chama mantém acesa.
Se uma voz alta entoar gritos de guerra,
Melhor que se mantenha audível e firme para evitar ser reprimida.
Mas tudo isso ficou para trás!
Não! A primeira impressão, não será a que fica.
Arranharam seus sonhos e sua mente.
As marcas serão mais que lembranças...
Elas serão avisos, comunicados, uma dica.
Bateu o pó da barra das calças.
Os chinelos foram perdidos em uma briga.
Olhando por sobre os ombros viu um mundo cinza...
Sentiu cheiro de mofo que ainda trazia lembranças doloridas.
Um lugar que guardava almas, carne, ossos e muitas intrigas.
Balançou a cabeça em negativa, rejeitando a própria história.
Mais a frente ele vai saber que ninguém tem esse poder.
A história é entalhada na mente.
Coitada da pessoa, indefesa e desavisada
Que gastar energia tentando esquecer.
Ainda que tenha batido o pó das calças,
Somente o que está na superfície vai soltar-se...
O que ele não entende, mais vai aprender
Parte do pó já foi inalado. Vai levar consigo até o fim, meu caro!
Sabendo ou não que melhor será se você for o que tiver de ser.
Silvio A. C. Francisco
Charqueada / SP
11.10.2015
20:52h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, seja bem vindo (a)... Obrigado por acessar o Blog. Sinta-se livre para comentar, criticar ou perguntar o que quiser.